8 de set. de 2012

O CUIDADOR 17 - Sou visível?

É possível cuidar sem saber como o outro se sente? Cuidar é um dom ou uma aptidão que podemos adquirir durante a vida? Há quem tem empatia desde criança. Perceber o outro é importante num cuidador e em quem é cuidado. Olhar-se no espelho e ver ali o ser humano que somos. Não a imagem física, exigida pela mídia, valorizada pelo exterior, mas o que somos como ser humano. Não é o que importa?

Para cuidar é preciso saber fazer. Muitas coisas! A competência é obtida através de cursos de capacitação. Há muitas técnicas que facilitam o trabalho ao cuidar de idosos, exigindo menor esforço de quem cuida. Confira o texto de um fisioterapeuta.

Como cuidar de deficientes mentais? Delicado. Difícil. Saiba como a irmã cuida junto com a mãe. Você tem dicas de como cuidar deles? Envie para nós, assim como o resultado do Jogo da Empatia. Desenvolva esta percepção!

Quem cuida de mães? Alda cuidou. Tão importante sentir a presença e a constância nos afetos de cuidadores institucionais. Ela era sempre a mesma em qualquer momento. Uma batalhadora por tantas coisas importantes e o perfil que tanto nos falta. A escuta, o acolhimento, a busca coletiva de soluções. Uruguaia, assim como Galeano, o escritor que participa mostrando a vida ali nos breves textos. Para rir!

Somos uma caixinha de vida, de surpresas, de remédios, de histórias, de fotografias, de cartas, de cores, de dores... Tantas caixas em nossas vidas! Se importantes e significativas, quanta riqueza é possível obtermos ao trabalharmos com elas... Abertas/fechadas, opacas/transparentes, cheias/vazias... permitem que penetremos um mundo, descortinemos sentimentos que elas podem conter por toda a vida. Caixas são objetos misteriosos e reveladores! Confira o autocuidado da arteterapeuta que compartilha e complementa a matéria da edição anterior.

O que são os Centros de Atenção Psicossociais? O SUS. Informe-se em sua cidade. Lugares que acolhem e despacham porque não dão conta da demanda? Tanto a fazer no país! Participe do abaixo assinado no portal da revista! No futuro, quem de nós estará na fila?]

Matar para viver, uma contradição possível? O tema do câncer presente no depoimento de uma das vencedoras que participa do IMAMA. E o poema dos antônimos... A ambiguidade e a necessidade de mover os sentimentos, de varrer os desconfortos, de abrir a janela e agradecer a vida ao encontrar o colo, nem que seja na folha de papel. Construir-se com ela, achar o ponto de equilíbrio? Um exercício diário.

Boa leitura! E escreva comentando as matérias. Elas são feitas especialmente para você!

Marilice Costi
editora-chefe da revista O CUIDADOR,
escritora, arquiteta e arteterapeuta.

Acesse a sua página www.ocuidador.com.br  e conheça a sua revista em algumas páginas e indique aos amigos. Ela é feita para você!

O CUIDADOR 16 - E agora? Qual a rota?


Como lidar com nosso desejo de eternidade? A felicidade é impermanente. O ser humano está sempre em contínua mudança. Queremos o imutável porque nos sentimos mais seguros. Dependemos de forças às quais somos incapazes de controlar: nosso inconsciente, a energia dos outros, os ciclones, o caminho inevitável para o envelhecimento.

Podemos atenuar nossas dores compreendendo como outras pessoas resistiram às suas, porque felizmente podemos aprender uns com os outros. E é isto que ocorre também com quem adoece. As dolorosas perguntas sem resposta: Por que acontece comigo? Sobreviverei? O que também mobiliza os sentimentos dos familiares, especialmente dos companheiros de vida com quem formam casal.  O autocuidado arteterapêutico no momento de administrar interiores, as caixinhas que compõem nossa vida, matéria que ainda vai vir com mais detalhes na OC.

Reconstruir-se é um desafio que exige que olhemos para dentro de nós. E para isso precisamos recursos que podem estar na arteterapia, no colo de um amigo, na mão firme dos profissionais. Todos nos cuidam, de todos queremos colo e esperança.

Sou cega, mas vou em frente. O e-mail de nossa leitora que me surpreendeu! Tanto tem a nos ensinar depois de abandonos, a vida em outra dimensão. Leia também sobre o prazer da dança, projeto para idosos: como o corpo alimenta o espírito – via de mão dupla – também a mente a nos carregar. Alimento que também está na matéria sobre a amamentação, uma experiência pública que vem construindo vidas e formando redes de cuidados.

Leia a entrevista de um psiquiatra sobre o valor da narração das histórias construindo vínculos entre pais e filhos; e sobre o livro de sua autoria. A dificuldade na construção das relações afetivas está na nossa dica de literatura: o personagem autista confidencia seus pensamentos e nos tornamos cúmplices de Christopher. Somos absorvidos por sua narrativa dramática e hilária: questionamos o universo, Deus, os animais, a ordem dos números, a sua habilidade matemática e as relações, que podem ser tão mais simples como apenas um tocar de mãos, único contato físico que ele permite. Tanto a compreendermos sobre essas pessoas.  
Junto a isso, a crônica de um mineiro: administrar o excesso de cuidados?  
Confira e escreva para a redação!
Boa leitura!
Marilice Costi
editora@ocuidador.com.br