8 de set. de 2012

O CUIDADOR 17 - Sou visível?

É possível cuidar sem saber como o outro se sente? Cuidar é um dom ou uma aptidão que podemos adquirir durante a vida? Há quem tem empatia desde criança. Perceber o outro é importante num cuidador e em quem é cuidado. Olhar-se no espelho e ver ali o ser humano que somos. Não a imagem física, exigida pela mídia, valorizada pelo exterior, mas o que somos como ser humano. Não é o que importa?

Para cuidar é preciso saber fazer. Muitas coisas! A competência é obtida através de cursos de capacitação. Há muitas técnicas que facilitam o trabalho ao cuidar de idosos, exigindo menor esforço de quem cuida. Confira o texto de um fisioterapeuta.

Como cuidar de deficientes mentais? Delicado. Difícil. Saiba como a irmã cuida junto com a mãe. Você tem dicas de como cuidar deles? Envie para nós, assim como o resultado do Jogo da Empatia. Desenvolva esta percepção!

Quem cuida de mães? Alda cuidou. Tão importante sentir a presença e a constância nos afetos de cuidadores institucionais. Ela era sempre a mesma em qualquer momento. Uma batalhadora por tantas coisas importantes e o perfil que tanto nos falta. A escuta, o acolhimento, a busca coletiva de soluções. Uruguaia, assim como Galeano, o escritor que participa mostrando a vida ali nos breves textos. Para rir!

Somos uma caixinha de vida, de surpresas, de remédios, de histórias, de fotografias, de cartas, de cores, de dores... Tantas caixas em nossas vidas! Se importantes e significativas, quanta riqueza é possível obtermos ao trabalharmos com elas... Abertas/fechadas, opacas/transparentes, cheias/vazias... permitem que penetremos um mundo, descortinemos sentimentos que elas podem conter por toda a vida. Caixas são objetos misteriosos e reveladores! Confira o autocuidado da arteterapeuta que compartilha e complementa a matéria da edição anterior.

O que são os Centros de Atenção Psicossociais? O SUS. Informe-se em sua cidade. Lugares que acolhem e despacham porque não dão conta da demanda? Tanto a fazer no país! Participe do abaixo assinado no portal da revista! No futuro, quem de nós estará na fila?]

Matar para viver, uma contradição possível? O tema do câncer presente no depoimento de uma das vencedoras que participa do IMAMA. E o poema dos antônimos... A ambiguidade e a necessidade de mover os sentimentos, de varrer os desconfortos, de abrir a janela e agradecer a vida ao encontrar o colo, nem que seja na folha de papel. Construir-se com ela, achar o ponto de equilíbrio? Um exercício diário.

Boa leitura! E escreva comentando as matérias. Elas são feitas especialmente para você!

Marilice Costi
editora-chefe da revista O CUIDADOR,
escritora, arquiteta e arteterapeuta.

Acesse a sua página www.ocuidador.com.br  e conheça a sua revista em algumas páginas e indique aos amigos. Ela é feita para você!

O CUIDADOR 16 - E agora? Qual a rota?


Como lidar com nosso desejo de eternidade? A felicidade é impermanente. O ser humano está sempre em contínua mudança. Queremos o imutável porque nos sentimos mais seguros. Dependemos de forças às quais somos incapazes de controlar: nosso inconsciente, a energia dos outros, os ciclones, o caminho inevitável para o envelhecimento.

Podemos atenuar nossas dores compreendendo como outras pessoas resistiram às suas, porque felizmente podemos aprender uns com os outros. E é isto que ocorre também com quem adoece. As dolorosas perguntas sem resposta: Por que acontece comigo? Sobreviverei? O que também mobiliza os sentimentos dos familiares, especialmente dos companheiros de vida com quem formam casal.  O autocuidado arteterapêutico no momento de administrar interiores, as caixinhas que compõem nossa vida, matéria que ainda vai vir com mais detalhes na OC.

Reconstruir-se é um desafio que exige que olhemos para dentro de nós. E para isso precisamos recursos que podem estar na arteterapia, no colo de um amigo, na mão firme dos profissionais. Todos nos cuidam, de todos queremos colo e esperança.

Sou cega, mas vou em frente. O e-mail de nossa leitora que me surpreendeu! Tanto tem a nos ensinar depois de abandonos, a vida em outra dimensão. Leia também sobre o prazer da dança, projeto para idosos: como o corpo alimenta o espírito – via de mão dupla – também a mente a nos carregar. Alimento que também está na matéria sobre a amamentação, uma experiência pública que vem construindo vidas e formando redes de cuidados.

Leia a entrevista de um psiquiatra sobre o valor da narração das histórias construindo vínculos entre pais e filhos; e sobre o livro de sua autoria. A dificuldade na construção das relações afetivas está na nossa dica de literatura: o personagem autista confidencia seus pensamentos e nos tornamos cúmplices de Christopher. Somos absorvidos por sua narrativa dramática e hilária: questionamos o universo, Deus, os animais, a ordem dos números, a sua habilidade matemática e as relações, que podem ser tão mais simples como apenas um tocar de mãos, único contato físico que ele permite. Tanto a compreendermos sobre essas pessoas.  
Junto a isso, a crônica de um mineiro: administrar o excesso de cuidados?  
Confira e escreva para a redação!
Boa leitura!
Marilice Costi
editora@ocuidador.com.br

 

14 de set. de 2011

O CUIDADOR 15 - COMO ROMPER BARREIRAS?


Como lidar com nosso desejo de eternidade? A felicidade é impermanente. O ser humano está sempre em contínua mudança. Queremos o imutável porque nos sentimos mais seguros. Dependemos de forças às quais somos incapazes de controlar: nosso inconsciente, a energia dos outros, os ciclones, o caminho inevitável para o envelhecimento.

Podemos atenuar nossas dores compreendendo como outras pessoas resistiram às suas, porque felizmente podemos aprender uns com os outros. E é isto que ocorre também com quem adoece. As dolorosas perguntas sem resposta: Por que acontece comigo? Sobreviverei? O que também mobiliza os sentimentos dos familiares, especialmente dos companheiros de vida com quem formam casal. O autocuidado arteterapêutico no momento de administrar interiores, as caixinhas que compõem nossa vida, matéria que ainda vai vir com mais detalhes na OC.

Reconstruir-se é um desafio que exige que olhemos para dentro de nós. E para isso precisamos recursos que podem estar na arteterapia, no colo de um amigo, na mão firme dos profissionais. Todos nos cuidam, de todos queremos colo e esperança.

Sou cega, mas vou em frente. O e-mail de nossa leitora que me surpreendeu! Tanto tem a nos ensinar depois de abandonos, a vida em outra dimensão. Leia também sobre o prazer da dança, projeto para idosos: como o corpo alimenta o espírito – via de mão dupla – também a mente a nos carregar. Alimento que também está na matéria sobre a amamentação, uma experiência pública que vem construindo vidas e formando redes de cuidados.

Leia a entrevista de um psiquiatra sobre o valor da narração das histórias construindo vínculos entre pais e filhos; e sobre o livro de sua autoria. A dificuldade na construção das relações afetivas está na nossa dica de literatura: o personagem autista confidencia seus pensamentos e nos tornamos cúmplices de Christopher. Somos absorvidos por sua narrativa dramática e hilária: questionamos o universo, Deus, os animais, a ordem dos números, a sua habilidade matemática e as relações, que podem ser tão mais simples como apenas um tocar de mãos, único contato físico que ele permite. Tanto a compreendermos sobre essas pessoas.
Junto a isso, a crônica de um mineiro: administrar o excesso de cuidados?
Confira e escreva para a redação!
Assine ou adquira avulsas na Livraria Cultura em rede nacional.
Marilice Costi

O CUIDADOR 14 -

EDITORIAL

Como lidar com nosso desejo de eternidade? A felicidade é impermanente. O ser humano está sempre em contínua mudança. Queremos o imutável porque nos sentimos mais seguros. Dependemos de forças às quais somos incapazes de controlar: nosso inconsciente, a energia dos outros, os ciclones, o caminho inevitável para o envelhecimento.

Podemos atenuar nossas dores compreendendo como outras pessoas resistiram às suas, porque felizmente podemos aprender uns com os outros. E é isto que ocorre também com quem adoece. As dolorosas perguntas sem resposta: Por que acontece comigo? Sobreviverei? O que também mobiliza os sentimentos dos familiares, especialmente dos companheiros de vida com quem formam casal. O autocuidado arteterapêutico no momento de administrar interiores, as caixinhas que compõem nossa vida, matéria que ainda vai vir com mais detalhes na OC.

Reconstruir-se é um desafio que exige que olhemos para dentro de nós. E para isso precisamos recursos que podem estar na arteterapia, no colo de um amigo, na mão firme dos profissionais. Todos nos cuidam, de todos queremos colo e esperança.

Sou cega, mas vou em frente. O e-mail de nossa leitora que me surpreendeu! Tanto tem a nos ensinar depois de abandonos, a vida em outra dimensão. Leia também sobre o prazer da dança, projeto para idosos: como o corpo alimenta o espírito – via de mão dupla – também a mente a nos carregar. Alimento que também está na matéria sobre a amamentação, uma experiência pública que vem construindo vidas e formando redes de cuidados.

Leia a entrevista de um psiquiatra sobre o valor da narração das histórias construindo vínculos entre pais e filhos; e sobre o livro de sua autoria. A dificuldade na construção das relações afetivas está na nossa dica de literatura: o personagem autista confidencia seus pensamentos e nos tornamos cúmplices de Christopher. Somos absorvidos por sua narrativa dramática e hilária: questionamos o universo, Deus, os animais, a ordem dos números, a sua habilidade matemática e as relações, que podem ser tão mais simples como apenas um tocar de mãos, único contato físico que ele permite. Tanto a compreendermos sobre essas pessoas. 

Junto a isso, a crônica de um mineiro: administrar o excesso de cuidados? 

Marilice Costi
Confira e escreva para a redação!

Assine ou adquira avulsas aqui www.ocuidador.com.br

17 de set. de 2010

www.ocuidador.com.br

Queridos amigos e parceiros de cuidados
o NOVO PORTAL da O CUIDADOR já está na internet.
Acessem e solicitem newsletter!

Informem suas necessidades.

Nosso carinhoso abraço

A equipe da O CUIDADOR

23 de ago. de 2010

O CUIDADOR 11 - Ano II

EDITORIAL
(resumo)


Quais os deveres e as obrigações de um cuidador? Como contratar?
Existem pré-requisitos para esta atividade: ter empatia. Qual o limite necessário?

O que é coaching? Conheça outro modo de cuidar no depoimento
de um brasileiro-israelense que cuida de pessoas com câncer.
E saiba do direito do pai durante a licença gestante.

Um desastre climático provoca mudanças nas pessoas.
Construir-se ou paralisar devido ao pânico, à perda de referências?
Tantas coisas ocorrendo em áreas urbanas: enxurradas, enchentes, estiagem, alagamentos.
Saiba mais sobre os profissionais que atuam nas áreas públicas, os cuidadores amordaçados.
Ao redor de uma sociedade cada vez mais adoecida e agressiva,
temos milhares de cuidadores invisíveis. Saiba também sobre a Defesa Civil.

Em tempos de eleição, quem se preocupa com o voluntariado?
Escolha bem, lembre da importância das decisões políticas e da importância do seu voto.
Quantas pessoas lutaram para que tivéssemos direito de escolha? Valorize as conquistas sociais.

Confira a experiência de médicos mergulhadores durante o tsunami.
A vida profissional e pessoal alteradas após a gigantesca onda.
Assim como o encontro das lobas do Rio de Janeiro, o poder do grupo e da afetividade, a nossa capa! Quem sabe a ideia dessas mulheres especiais se dissemina pelo país?

Orgulhe-se de ser cuidador, porque quem cuida – mesmo sem gostar do que faz,
mesmo dividido em seus sentimentos, mesmo cansado – está exercendo a humanidade.
E é no sorriso de quem cuidamos que também encontramos o valor da vida.

Também precisamos de você! Estimule os amigos a compartilharem suas histórias,
divulgue a revista em sua escola, igreja, ONGs, grupos, associações e clubes.
Pergunte da revista nas livrarias, nos supermercados, nas revistarias.
Seu lugar também é em salas de espera. E assine para orientar o seu cuidador,
converse com ele sobre as matérias. Apoie esse projeto
que envolve tantas pessoas que querem cuidar de você!

Marilice Costi,
editora-chefe
editora@ocuidador.com.br


SUMÁRIO

As Cidades e Seus Cuidadores Amordaçados - André Huyer (urbanismo/arquitetura)
Limites ao cuidador - Walter Galvani (cuidado familiar)
Sou uma loba! - Gisele Schmidt Dias (depoimento)
Mergulho no Tsunami - Fernando Neubarth (depoimento)
Coaching: um treino cuidador - David Golovaty (depoimento)
Nise da Silveira: A Saúde na Arte - Reportagem OC
Defesa Civil - Informe OC
O Cuidador a Domicílio - Edileuza Valeriana de Farias (contrato de cuidador)
O que Cabe aos Pais -  Dica OC
Licença-maternidade masculina - Maria Berenice Dias (informe jurídico)
Qual candidato fala em 3º setor? - Maria Elena Pereira Johannpeter (Parceiros Voluntários)
Bálsamo -  Gilza Superti (literatura)
_________________________________________________

Dia 13 de setembro: ACESSE O NOVO PORTAL www.ocuidador.com.br - muitas novidades!

2 de jun. de 2010

O CUIDADOR 10 - ANO II

A revista dos cuidadores
ISSN 2175-1420

EDITORIAL
Os cuidadores e suas crianças são nosso foco nesta edição. O que fazer quando o pai, que deveria cuidar é quem machuca? Onde buscar segurança quando tudo parece desabar? Existem cuidadores invisíveis! É preciso coragem para enfrentar ! Mães e pais, onde suas vozes? Busque seus direitos. Há leis e protetores de plantão! Confira na dica de leitura: a rede institucional, os CAPS.inquedo não. Observar e envolver-se possibilita conhecer o outro e a si mesmo: interação de mundos. Confira o depoimento de uma fisioterapeuta, que se envolve afetivamente. Quebra paradigmas e acertar?
Os cuidadores negros da escravidão que, apesar da exclusão, acolhiam?
E os grupos multidisciplinares na área pública e no terceiro setor. A ONG Parceiros Voluntários passa a apoiar nosso trabalho e trará a cada edição, o depoimento de um voluntário de um grupo  que a integra.
Há quem diga que o ser humano é o maior patrimônio de uma empresa. Mesmo assim afirmam que o empresário não é um cuidador. Veja uma instigante carta de um deles. Em agendas de compromissos, o cuidar é mais um? Até onde vai a responsabilidade pelo outro?
E descubra outras formas de autocuidado. Nos livros, os escritores e a humanidade. A companhia e o autococonhecimento através da literatura. Cuide-se brincando com as palavras. Com poesia? Aprenda a polir estrelas.
Boa leitura !
Abraço carinhoso,
Marilice Costi
_________


SUMÁRIO
Carícia Que É Abuso - Mãe Anônima
Livros Cuidadores - Hermes Bernardi Jr.
Quilombos - Reportagem OC
Memória: cuidado importante - OC entrevista Irene Santos
Crianças e adolescentes vulneráveis - Dica de Leitura
ConselhoTutelar - Informe
Na Terapia: Afeto Que Surpreende - Largura Rippel Gisele
Brincar É Comunicar - Inúbia Duarte
O Cuidado: Ação solidária e coletiva - Parceiros Voluntários
Quando a creche é imprescindível - OC Arquitetura
Da arte de polir estrelas - Mário Pirata
___________________________
Anuncie na OC:
cursos, lares, profissionais cuidadores, casas geriátricas, pensões protegidas, espaços de lazer, cuidadores das finanças e muito mais! Aqui : (55) 51 30287667
____________________________________
SANAARTE
Produtos e Serviços Culturais Ltda.
Cx.Postal 9.034 - CEP 90.040-970 - Porto Alegre / RS - BRASIL 
http://www.sanaarte.com.br/
_____________________________________

8 de mai. de 2010

A CUIDADORA - Uma homenagem às mães invisíveis

Entrou no Centro de Saúde como qualquer um. No colo, o bebê. Desproporcionalmente grande. Olhos fixos nela, boca aberta, nenhum dente, nem um grunhido. Bem agasalhado, vestia luvas cobrindo talvez deformações.
A mulher pediu para descansar e acomodou-se sem conforto no banco de madeira.
A funcionária aproximou-se para dar as gotinhas, mas a criança não deglutia. A mãe acarinhava aquela cabeça enorme e pedia que engolisse. Um molusco ganhando colo? Um saco de batatas? Muitos olhos eram compelidos naquela direção. Mas os que viam a cena, que olhar tinham?
A mãe demonstrava apenas cansaço. O direito de sentir? Ser cuidada? Jovem, franzina e sorridente. Vida e morte preencheram a sala de espera. O amor incondicional.
Levantou-se poucos minutos depois de certificar-se que a vacina fora deglutida. Desceu a escadaria de poucos degraus e seguiu com seu fardo.

Marilice Costi - Campanha de vacinação - 1988.

*
*

31 de mar. de 2010

O CUIDADOR 9 - Ano II

A revista dos cuidadores

EDITORIAL
Esta edição foi construída com muitas vozes: a de Emborante, a de cuidadores em programa de rádio, a de filha, a de poeta, a de portadores de sofrimento psíquico, de seus cuidadores e familiares, a voz na contação de histórias. Dar importância aos que têm e aos que não têm voz. Ou aos que não tiveram. Voz como metáfora da expressão humana, não apenas som, mas escrita, ouvida, registrada, impressa ou volatilizada, como é na internet. O seu tom? A agressão ou a delicadeza. Quanto a OC foi gestada, meu desejo era acolher cuidadores de doentes mentais. Minha experiência me dizia desse vazio. Mas no decorrer de 2007, percebi que não só eles precisavam de apoio mas qualquer cuidador. A reforma manicomial aconteceu porque era necessário dar voz a quem não tinha. A cidadania aos doentes mentais. Hoje caminho sem volta. Quebrar paradigmas? Meta da OC.
Leia o relato de uma mãe. Quem cuida dela? Sísifo que trouxemos na OC? O direito ao descanso? Se é preciso carregar a pedra ao topo a cada vez? Depois da desmanicomialização, o sistema de atendimento melhorou. Mas ainda há muito a fazer. O poder nunca é eterno e há de existir mais solidariedade. Há anos tento fazer um trabalho arteterapêutico para cuidadores de portadores de sofrimento psíquico, os familiares. Apoio na área pública? Hei de encontrar um lugar para nós. E muito ainda precisamos nos dar as mãos. Buscamos apoio para a OC, patrocinadores, assinantes, anunciantes. Muito a fazer, pois é impossível seguir sem recursos maiores. Divulgue a quem precisa.
Participe, escreva e compartilhe sua história.
Sempre aprendemos com você!
Marilice Costi
editora@ocuidador.com.br
___________

SUMÁRIO

Fala dos Cuidadores (o seu espaço)

Quando os papéis se invertem - Silvia Guertzenstein (depoimento)
Emborante - Maria de Fátima Bueno Fischer (depoimento)
A voz - Maria Beatriz Noll
Alô Pai e Mãe! - Ineida Aliatti e Márcia do Canto (entrevista)
Raízes do Afeto - Marilice Costi (crônica)
Eros e Anteros - OC Mitologia
Eros versus Anteros - R. Novaes-Bueno
Grupo de Amor Exigente - Informe OC
O Leitor - Dica de DVD
O Amor ao Silêncio das Retinas - Jaime Vaz Brasil (poesia)
___________________

10 de fev. de 2010

O CUIDADOR 8 - ANO II

A revista dos cuidores

EDITORIAL
(resumo)
Lastimar-se enquanto jogam a vida para a frente? Aproveite a dificuldade para crescer.
O valor do cuidado masculino, crônica de Martha Medeiros, os medicamentos e como ter segurança em farmácias de manipulação.
Os limites e os filhos. A cumplicidade entre a escola e a família.
O Mito de Pandora. Tanta coisa fora e dentro de nós. Observe a capa e o artigo de R.Novaes-Bueno.
As mandalas. Experimente brincar com elas. Brinque com o sério, leve a sério a brincadeira.
Cuidar é também perpetuar-se. Entre a vida e a morte, um olhar de vida. A dialética. O outro também vive em mim? O ato de cuidar é inerente à própria sobrevivência.
A ética, parte de suma importância do cuidado.
Mas quando paramos de cuidar e ficamos esvaziados, há saudade? Penetre no poema de Liana Timm. A arte traz verdades.
Confira! E boa leitura!
Marilice Costi
.br
*
SUMÁRIO
A Fala do Cuidadores
Tudo tem Remédio - Aranovich Eduardo de Abreu
Quando o Amor Sustenta - Roque Zatar
Como dar Limites - Luciana Verdi
A Mandala - Dulce Magalhães
Por Uma Ética do Cuidado - Dica de leitura OC
Cuidado, mortalidade e angústia - Alexandre Costa
E mais saber Alzheimer Melhor - Alerta OC
Revisar Sentimentos - Eneida Soares Lavra Pinto
A Caixa de Pandora - Mitologia OC
Pandora e a Humanidade - R.Novaes-Bueno
Centro de Informações Toxicológicas - Informe OC
Projeto Fênix e Lei Rouanet - Cultura OC
Quindins na portaria - Martha Medeiros
Volta e meia - Liana Timm

_____________________

9 de dez. de 2009

O CUIDADOR 7 - ANO II

a revista dos cuidadores

EDITORIAL
O que significa para um cuidador projetar à frente? Um pai cuidador pensa sempre nas alegrias que virão através de seu rebento: uma enorme possibilidade de realização. Uma mãe também. Já o cuidador de idosos projeta o próximo dia, trabalha com sonhos possíveis.
Realimentar futuros é importante também para ele.
Altas habilidades? Como lidar com quem tem mais. E como a sociedade reage a isso?
Saiba onde eles se encontram e como podem ser cuidados pelas instituições públicas.
Nesta edição, confira as imagens sequenciais de um pai com seu bebê. O toque.
A vida. O abraço. Beijar e afagar. E perdoar o outro e a si mesmo. Compreenda-se com os mitos Sísifo e Prometeu.
O ir e vir, assim como no poema que recebemos de um homem cuidador.
Como contraponto, a capa.
Até que ponto o outro nos carrega, mesmo sendo pequeno e frágil. A delicadeza. Pequenos frascos? Busque o valor de seu interior. Assim como uma deficiente visual: o olho do espírito.
O Rio de Janeiro presente na dança africana: o jongo. E nossa correspondente de Israel a lembrar dos cuidadores invisíveis na época de festas.
Iniciamos o ano II da O CUIDADOR, certos de que, agora, fazemos história e projetamos novos desafios – no qual não podemos ficar sem você e sua divulgação.
Continuaremos para acolher, abraçar, dar alento e esperança.
Feliz renascimento! Paz e muita luz!
Marilice Costi
*
SUMÁRIO
Fala dos Cuidadores
Registros de um cuidador - José Inácio Parente
Superdotação e Idéias Errôneas - Nara Joyce Wellausen Vieira
A ternura, um dos Motivos do Cuidar - Eloci Gloria de Mello
Jongo: Vida compartilhada na Dança - Lucio Sanfilippo
Linguagem, corpo, significado e sentido - Dica de Leitura OC
A Guerreira que supera o escuro - Mônica Lanner Fossatti - Entrevista OC
Cuidado com Fogos de artifício - Alerta OC
Mitos Gregos e o Sentimento de culpa - Comportamento OC
Sísifo/Prometeu - Mitologia OC
Oscilação - Renato de Mattos Motta 
Ilustração de Miriam Obino
* Capa criada sobre fotografia de José Inácio Parente
________________________________________________

9 de ago. de 2009

O CUIDADOR 5 - Ano I

a revista dos cuidadores

EDITORIAL
Suportar a dor no ato de cuidar? O cuidador tem o direito de chorar.
Dar de si? Dá quem pode dar. Tão complicadas as relações de acolhimento!
Para ser cuidado é permita que o outro siga em sua direção. Quebrar paradigmas para ser feliz? Sim, ao lado de quem amamos. Portanto, não descuide da comunicação, do abraço, do carinho. O colo.
Compreenda o espaço do cuidador na nova seção da revista: a Arquitetura.
Respeito. Aprendemos com a mãe, cuja filha, no início da adolescência, perde a visão. Como aceitar?
Pai-canguru? A importância do casal ao acolher seu prematuro.Leia o depoimento da mãe.
Uma declaração de amor e de união familiar.
Ninguém sobrevive só. Aprender com os índios. Por que não?
Exercite o autocuidado. A arteterapia a dar oxigênio ao cuidador esvaziado.
O acolhimento institucional encontrado na sede da Cruz Vermelha em Porto Alegre.

Saiba a amplitude de seu trabalho invisível. O que é demonstrado no poema e no cartum Sly Care.
Nesta edição receba o olhar sereno e instigante de Armindo Trevisan

numa carta que compartilho com você.
Boa leitura!
Abraços,

Marilice Costi
editora@ocuidador.com.br
*
SUMÁRIO
Fala dos cuidadores
Carta à Marilice - Armindo Trevisan
Marta que ensina mônica que ensina marta - Marta Lanner Fossatti
Cuidados com prematuros - Analice Colossi Mattos
Minha mãe é diferente - Dicas de Leitura OC
A Arteterapia e a linguagem do cuidador - Raquel M. R. Wosiack e Diana Celina Puffal
Cuidado com a exclusão - Bianca Sordi Stock e Claudemir Moreira Vaz
Cruz vermelha - Informe OC
Tempo de vida e lugar - Espaço OC Arquitetura
Poema 56 - Maria Carpi
Sly Care - Demétrio L. C. Vieira
Cuidadores de você!
 

16 de abr. de 2009

O CUIDADOR 3 - Ano I

a revista dos cuidadores
EDITORIAL
(resumo)
Em toda situação de cuidado, é o cuidador que carrega a responsabilidade sobre o outro.
O que é um cuidador?
Há familiares cuidadores – que colam suas dores ao ato de cuidar dos seus e junto podem carregar sentimentos negativos que também os fazem adoecer – e cuidadores institucionais, profissionais do cuidar, que atuam nas relações de ajuda geralmente por talento ou escolha. Ambos precisam se esvaziar do sofrimento ao acolher o outro. Dores que são um mundo.
Olhar para o outro não significa que, por compaixão, tomemos aquela dor para nós.
A verdade das coisas se completa com quantos olhares?
Muitos não acolhem, não partilham, não são solidários, não têm empatia, nem se importam com a dor do outro. 
Afirmam alguns cientistas, que isso vem carimbado nas mentes. Talvez. Mas viver em ambientes solidários estimula o aprendizado do cuidado.

Informar o cuidador é fundamental. Um dos nossos objetivos.
E sempre trazer a arte para que a mente descanse e descubra a beleza do criar.
Não foi para isto que fomos feitos?
Abraços,

Marilice Costi
editora-chefe
*
SUMÁRIO
A FALA dos CUIDADORES
GUERREIRAS EM UTI NEONATAL - Gabriela Nunes Cordeiro Gomes Moura
UM CUIDADOR NO ABSURDO - Varda Dascal (de Israel)
ARTETERAPIA PARA MILITARES - Eliane Barreto
INTERDIÇÃO: UM CUIDADO IMPORTANTE - Cibele Gralha Mateus/Vanessa Schutz
DEVERIA SER PROIBIDO - Diza Gonzaga
A CORAGEM E O MEDO DE UMA CUIDADORA - Inácia Regina Bairros
QUANDO O AJUDAR É ANULAR-SE - Codependentes Anônimos
A FUNÇÃO DO SILÊNCIO - Roseli Margareta Kühnrich de Oliveira
COLUNA - Luis Veiga Leitão (Portugal)
*

24 de jan. de 2009

O CUIDADOR 2 - Ano I

A revista dos cuidadores

O cuidar não tem que ser o dia exaustivo e intenso, repleto de angústias e trabalho braçal.
A revista O CUIDADOR vem mostrar novos caminhos.
Leia parte do livro premiadíssimo de Cristovão Tezza, quando a escola exclui. O relato de uma ex-diretora de escola da ACM, experiência de inclusão.

O autocuidado para os religiosos, também cuidadores.
E também a síndrome de Burnout - que acomete os cuidadores institucionais,
a Arteterapia em cuidados com fiscais da receita, os palhaços em salas de espera hospitalares que também precisam de acolhimento, a importância do controle público nos espaços de cuidar.
É possível apoiar pacientes psiquiátricos em crise internando em hospital geral?
E como possibilitar que um cuidador se afaste de seu trabalho sem causar sofrimento àquele que cuida?
E agora há um espaço para você: a Fala dos cuidadores!
Vamos acumular sabedoria no ato de cuidar, trocando experiências!
Aproveite o carinho de tantas pessoas que participam desta edição.
E comente os artigos, informe novidades no cuidado.
Vindas de qualquer lugar, são riquezas humanas
que iremos compartilhar com você.
Boa leitura!
Marilice Costi
editora-chefe
____________________________
SUMÁRIO 
A FALA DOS CUIDADORES
O FILHO ETERNO - Cristovão Tezza (literatura)

MEIO PASSO, MEIA FRASE - Nara Maria P. Beheregaray (escola acolhedora)
FÉRIAS DA TERAPEUTA? - Maria Luiza Castilhos F. Cruz (relato de caso)
RELIGIOSOS CUIDADORES - Roseli Margareta K. de Oliveira (pesquisa)
O CUIDADOR DOS FISCAIS - Carlos Roberto dos Santos (depoimento)
PUNIR E VIVER BEM? - Cintia Silveira (arteterapia em área pública)
QUANDO O DESGASTE É EXCESSIVO - Mary Sandra Carlotto (Síndrome de Burnout)
VIGILÂNCIA SANITÁRIA - Doris Soares Blessmann (sobre lugares de cuidar)
HOSPITAL É PICADEIRO? E O PALHAÇO, QUEM É? - Bonna Graziella S. Spadacini (arteterapia)
A SABEDORIA NO CUIDAR - Iara Primo Portugal (cuidador de portador de Alzheimer)
_________________________

27 de nov. de 2008

O CUIDADOR 1 - Ano I

A revista dos cuidadores

EDITORIAL
(resumo)
Quando vidas inteiras são esvaziadas no ato contínuo de cuidar, ocorre o desalento, o esvaziamento, o sofrimento intenso. Um cuidador adoece quando não limita a própria dor e dá-se o direito ao autocuidado. Pode ser o familiar que se incumbe de atender o mais frágil do grupo, a mãe que sustenta os filhos sozinha, o pai ou o avô, o profissional que ajuda a carregar a dor do paciente, o empresário que se preocupa com seus funcionários, os professores que acolhem a diversidade sem o devido preparo.
A revista O CUIDADOR é para quem dedica frações enormes de seu tempo, parecendo a eternidade, devido ao intermitente amparo e acolhimento do outro. Ela traz alento, carinho, atenção, orientação, informação, pesquisas.
Uma revista para todos os cuidadores, que somos nós.
Quanto melhor estiver o cuidador, melhor cuidador será!

Marilice Costi,
editora-chefe.
____________________________________
SUMÁRIO
QUEM CUIDA DOS CUIDADORES? - Moacyr Scliar
CUIDADO – CUIDADO – CUIDADO! - Lucia Cristina dos Santos Rosa

PENSÃO PROTEGIDA - Informe OC
TAMBÉM PARA O CUIDADOR - Francilene Rainone (entrevista - CAPS)

O QUE FAZ A DIFERENÇA - Denise Colossi (saúde bucal – APAE)
PAIS CUIDADORES - Maria Luiza Carvalho (recortes de tese)

A CUIDADORA - Nena (depoimento de quem cuida de idoso)
HISTÓRIAS INVENTADAS - Celso Gutfreid (dicas)

O ALMANTE - Dilan Camargo (conto)
CUIDANDO DE QUEM CUIDA - Janice t. Kunrath Brustolin e Luciane Slomka (experiência hospitalar)CONVIVÊNCIA: uma arte do cuidado - Dulce Magalhães (reflexão)
ACOLHIMENTO E ARTE: caminhos da cura - Irene Espíndola (arteterapia)
O CUIDADO E O CULTIVO - Maria Carpi (poema)
___________________________________________________

20 de set. de 2008

Toque carinhoso alivia a dor



Um toque carinhoso pode ajudar a aliviar a dor, ajudar crianças em seu desenvolvimento e auxiliar em tratamentos para depressão, segundo uma pesquisa apresentada nesta semana no Festival de Ciências da Associação Britânica para o Avanço da Ciência, em Liverpool. Segundo o neurocientista Francis McGlone, da Universidade de Liverpool, um sistema de fibras nervosas presentes na pele responde a toques carinhosos, do mesmo modo que os receptores de dor, e quando estimulado, pode, inclusive, diminuir a atividade nos nervos que transportam a sensação de dor.
O cientista e seus colegas das universidades de Uppsala e Gotemburgo, na Suécia, explicam que há três tipos principais de fibras nervosas na camada exterior da pele. Eles são divididos de acordo com a velocidade com que conduzem - como um fio - as atividades bioelétricas para o cérebro. Dois desses tipos são chamados de fibras A e são cobertos por uma camada de gordura (mielina), que atua como um isolamento em volta do fio e contribui para a alta velocidade de condução. Mas o terceiro tipo, chamado de fibras C, não tem a camada de mielina e tem velocidade mais lenta. As fibras A são responsáveis pelo sinal quase instantâneo, que provoca uma reação por reflexo antes mesmo que o cérebro possa identificar o que houve. As fibras C, da chamada "segunda dor", são as que levam a sensação da dor mais profunda e duradoura ao cérebro.
Os cientistas descobriram que também há fibras do tipo C que respondem a estímulos de prazer. E quando elas são estimuladas, a atividade nas fibras condutoras de dor diminui. Sensibilidade Segundo a pesquisa, assim como com a dor, algumas partes do corpo são mais sensíveis ao toque do que outras, e a sensação de prazer proporcionada é diferente da obtida quando o carinho é aplicado a áreas sexuais. Essas fibras levariam o sinal de prazer para a região do cérebro responsável por "recompensas", e explicaria ainda por que as pessoas gostam de passar cremes, escovar os cabelos e até porque um abraço, ou mesmo a mão no ombro podem ser mais eficientes, no alívio da dor, do que palavras.
Para isolar os nervos responsáveis pelo prazer, os cientistas construíram um "estimulador de tato rotativo" - uma máquina de acariciar voluntários. "Nós construímos um equipamento muito sofisticado, então, o estímulo (do tato) pode ser repetido bastante", disse McGone. "Nós acariciamos a pele (do antebraço, da canela e do rosto) com um pincel em diferentes velocidades e depois pedimos aos voluntários que dissessem o quanto gostaram de cada movimento." Ele também inseriu microeletrodos nos nervos da pele, para registrar os sinais nervosos enviados da pele para o cérebro. Os cientistas concluíram que o carinho apontado como o mais prazeroso era também o que provocava maior resposta nervosa.
Nova dimensão
Os cientistas afirmam que as únicas regiões que não contam com essas fibras são as a palma da mão e a sola do pé, caso contrário, seria difícil o uso de ferramentas, ou mesmo uma caminhada. A sensação de prazer acrescenta uma quarta dimensão aos sentidos clássicos atribuídos à pele, que incluem o toque, a sensação de temperatura (frio ou quente) e a dor/coceira. A equipe agora quer estudar uma série de condições clínicas, como depressão e autismo, que sabidamente têm ligações com o tato - a maioria das crianças autistas não gosta de ser abraçada ou acariciada, e muitos pacientes de depressão demonstram sinais claros de falta de cuidado com o corpo. Os cientistas acreditam até que a depressão possa ter origem em carência de cuidado maternal e experiências ainda na infância de falta de carinho físico e sugerem que o carinho pode ser usada para tratar dores crônicas.
Fonte: http://oglobo.globo.com/
Texto enviado por Irene Espíndola, Santa Maria, artista plástica.

16 de jul. de 2008

PENSÃO PROTEGIDA, O QUE É?

A imagem acima foi recebida através de um arquivo PPS sem identificação de autoria.
Caso você saiba, informe-nos.
CASAS TAMBÉM PODEM ENLOUQUECER...
MAS UMA PENSÃO PROTEGIDA É PARA ACOLHER!

As pensões protegidas foram criadas como alternativa de moradia a portadores de sofrimento psíquico quando da reforma manicomial. Em Porto Alegre, foram criadas várias delas. Só visitando para se dar conta de quão poucas têm condições de atender com dignidade. Existem algumas que são depósitos de doentes mentais abandonados pela família e também pelo poder público. Pode-se até denunciar a falta de higiene e outras necessidades de atenção. Mas denunciando, onde irão parar aquelas pessoas? Na rua? Quem lhes dará remédios? Quem as alimentará?
Para escolher uma pensão protegida - que deve funcionar como uma casa com cuidadores permanentes, comida adequada, roupa lavada e medicação dada com responsabilidade - é preciso rodar pela cidade.
Inicialmente, é verificar se as pessoas que vão cuidar são afetuosas. Um portador de sofrimento psíquico não pode ser cuidado por pessoas insensíveis e que não tenham a capacidade de compreender as dores que eles sentem. E é preciso ter traquejo, quer dizer, habilidade para lidar com eles. A segunda coisa é que a casa tem que ter cara de casa. Percebe-se muito bem quando existem mulheres em uma pensão protegida. São pequenos detalhes como enfeites, uma plantinha, o cheiro de casa limpa, a cozinha demonstrando carpicho. Os quartos não podem ter cheiro de urina ou de roupa suja. As pessoas que estão ali demonstram tranqüilidade e alegria.
Existe legislação para controlar esses estabelecimentos (responsabilidade da Vigilância Sanitária da Prefeitura Municipal): os remédios devem ser controlados, é preciso armários para as coisas pessoais de cada um.
Uma pensão protegida não é uma pensão carcerária. É como se fosse uma casa de família, onde as pessoas se unem com o objetivo de cuidar de outras. É preciso que saibam dar limites, exerçam controle quando necessário, tenham bom contato com os familiares para intervir em caso de risco e que possam tomar medidas emergenciais em caso de surto.
PSP que moram em lugares onde os cuidados são amorosos e os limites claros, desenvolvem mais autonomia e respeito por si próprios. Ao mesmo tempo, a família pode relaxar, cuidar de suas necessidades e atendê-lo com muito mais carinho e atenção em momentos mais graves.
A maior dificuldade não é do portador de sofrimento psíquico, que convive com outros e faz outros vínculos, o que em sua casa não faria. A maior dificuldade é o cuidador familiar se sentir culpado como se estivesse abandonando aquele membro do grupo familiar, como se ao dar ao outro o direito de autonomia, passe a não saber o que fazer do seu tempo livre. Na verdade, conter em casa com estresse e conflitos não resulta em qualidade de vida para ninguém.
Existem outras alternativas, quando o portador de sofrimento tem melhores condições e pode morar com alguém em uma casa alugada, que precisa ser supervisionada com freqüência. São várias as alternativas. Rotas que vêm sendo criadas, discutindo-se com outras pessoas as necessidades de ambos. O importante é não desesperar. E não achar que só a família é capaz de cuidar. Autônomos, eles são mais saudáveis, sentem-se mais livres e responsáveis pelos seus atos e convivem com os seus familiares sem tanto sofrimento pois as visitas são para matar as saudades e sentir que fazem parte da família. E sair de casa é o que todos os filhos fazem ao se tornarem adultos. Por isto, eles também se sentem mais inteiros e felizes.

M.Costi

23 de dez. de 2007

MÃES TAMBÉM PRECISAM DE COLO


Resumo de trabalho publicado em pôster e nos Anais do
II Congreso del MERCOSUL / I Congreso Latinoamericano de Arte Terapia

14, 15 e 16 de novembro de 2007, Buenos Aires – Argentina
Mães de portadores de sofrimento psíquico carregam uma bagagem pesada e muita insegurança quanto ao futuro. Fadiga crônica, angústia, dor e contínua sensação de esvaziamento são comuns. Sem espaço de sentir, são jogadas de cá para lá buscando melhores condições para os filhos. Este artigo registra o trabalho arteterapêutico desenvolvido no Centro de Prevenção e Intervenção nas Psicoses (Porto Alegre, 2004) com o objetivo de apoiá-las dando-lhes acolhimento, espaço de expressão e partilha, contato físico e afetividade. Batalhar pelo filho, pela sua sobrevivência e contra o tempo, daí o cansaço. Foi preciso resgatar o direito de falarem sobre si mesmas, acostumadas que estão a repetir sua história focando o filho especial. Quando pensavam em alguém que não fosse ele, lembravam dos (ex)maridos, pais, configurando a necessidade de colo e de apoio. Estavam sempre em movimento buscando equilíbrio. Inicialmente, foram figuras sem pernas que apareceram nos seus trabalhos. Não ter pernas é não poder seguir, não ter controle da própria vida: a marcha é impossibilitada e os vínculos sociais mais difíceis. Num dos últimos encontros, o grupo utilizou fios de lã coloridos, numa vivência com música. O resultado apareceu sobre o papel pardo e lápis de cera: a imagem de alguém correndo desatinadamente.A Arteterapia possibilitou-lhes um olhar amplo sobre si mesmas: expressaram o desejo de novos caminhos, de serem valorizadas socialmente, de sair do círculo familiar limitador e ter o direito e poder concretizar projetos de vida.